quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Quanto ao futuro.*



agora vêm
oráculos
horóscopos
cartomancias
numerologias...
ninguém escapa!
o tsunami astrológico
vem, (e)leva e lava
(tudo a pratos limpos);
o futuro - cristalino,
frágil relicário místico -
(a)guardará
o novo fim do mundo
escrito em algum
universo sem estrelas
- (e)ternas mortes
cintilantes -
a nos espiar,
ao longe e ao léu...







*Um dos títulos possíveis para A hora da estrela, de C. Lispector.

Imagem:  cena final de Melancholia, filme de Lars Von Trier.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

heliofagia


murmuram voos de insetos
por sobre os pratos
da noite
com alguns restos de tarde
presos em azuis gengivas.

sob o olhar da rua,
a Lua lambe
esqueletos brancos
- de estrelas -
ao som de tétricos
miados ensaiados nos telhados.

e solares nacos
- cascas de laranja -
são sobremesa oculta
no oblíquo bojo
dos postes elétricos
desassombrados.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

inóspito

com a luz que abrasa o dia
em tudo eu vejo a poesia!
no breu da noite [mudo]
eu ouço a poesia em tudo.

se estes meus versos,
por mim, falassem
o que não cabe numa ideia
ah, quem me dera!...

mas não é a dor pungente
nem é o amor urgente
que se me derramam
na poesia dessa hora...

mas qualquer outra natureza
em que pairam incertezas.
e é lá que está a cor implícita
de mi’as ânsias infinitas!

são sombras inclassificáveis;
palavras insubordináveis
que me tomam o tom certo
por esse pálido deserto...

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

[à] sombra

as gotas de orvalho,
que pingam a vida - fina e lenta -,
[sinto]
suam nos cantos das paredes quentes...
vejo meu reflexo à janela:
movo-me inquieta
neste quarto assimétrico;
nada mais se mexe.
mas sei que há,
ali,
à espera,
olhando-me,
lambendo os beiços
a fera da noite
[prestes a engolir-me... o sono].

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

mudo acústico



enquanto não vem a poesia
a gente se lembra um pouco
que há, no silêncio, a canção
escrita e tocada aos moucos.

[ou, quem sabe, loucos]

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

de céus diversos



dos desabrigos

nas calçadas, à lua,
brilham sonhos-pirilampos
como estrelas de rua.

dos voos

com invisíveis linhas,
teço, no imenso pano azul,
um bordado de andorinhas.


dos brilhos

murmúrios estelares
são matérias de silêncio
na boca da noite.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Há dias em que...


nem um rabisco [na palma].
nem um bom disco [acalma].
nem mesmo um risco [salva].
nem ser bem-quisto [ou mal].

somente um misto [n'alma]....

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Pausa [nessa minha incompetência de viver]

Percebe que eu tô de pouco verbo. Naquele período de nem querer existir - que é grave por demais. De me achar um nada. E, não, eu não preciso de ajuda ou companhia alheia para que passe. Porque passa. Só. [E eu também.] Mas volto. Por isso, eu sempre disse que és livre pra não me querer. Mas, se insistes, paga o preço.

Me ama.

Ou não...

Mais que amar. Perdoa. Voltarei [pra ti].

quarta-feira, 25 de julho de 2012

vaga escavação ou paranoia

a vida é um buraco
que cavamos
numa eterna busca.

queremos muito;
temos tão pouco
e somos nada.

ninguém sabe ao certo
o que querer:
o tal desejo, porém,
é bem maior
que o de saber!

eu também sei que nada sei.
e, a cada dia,
cavo meu buraco
[nesta vida]
de agonia
tão profunda.
e deito-me toda
por nada ser...

segunda-feira, 16 de julho de 2012

chhhhhhhiste


nenhum níquel
combustível baixo...
nível zero
na escala do poema.
hoje, na cidade,
sol não despe seu pijama:
chuva corta
a tumidez dessa segunda-feira;
tempo escorre,
a fundir vidros de janelas;
a parede fria
umedece as cores quentes
das cortinas;
pensamento espia,
atento aos sentidos...
e, nas esquinas,
sapatos cantarolam
em co[u]ro
pela poesia que se empoça
- e me fia.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

criptografia das águas

como sonhos,
que precisam de renovo,
para manterem-se sonhados,
que ondas, vez ou outra,
nos diluam os castelos:
toda mudança leva algo
mas também vem trazer -
mensagens na areia...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Prótese ou Outra coisa existencial


Olhar a folha em branco é demasiadamente mais do que o clichê da busca pela inspiração ou o fato da ausência dela. A folha, ocasionalmente intocada, é a hiperatividade do pensar - a marcha ensandecida de palavras [como flashes] sobre um chão silenciado. As mãos esperam. Suam. O peito arfante, ventilando, suscita aos olhos pranto. E, de repente, nada... nada!, além daquele instante, existe. E um véu de incompreensão e insatisfação e raiva envolve o entorno... Por quês, para quês, são todo o [ir]raciocíonio lógico. E a folha se preenche, pois, de um absoluto sem-sentido. E as silhuetas da palavra - fora - já não são - nem longe - aquelas que - lá dentro - [in]stavam.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

modernismo


o [moderno] poeta
vende o almoço
pra comprar a janta;
faz versos da própria
fome.
e do que sobra
come.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

bis legit qui scribit¹


quanto sóis podem caber
nas mãos de um poeta?
quantos raios poderão nascer
de uma erguida caneta?

ah, que escura delimitação me cega!
mas se há noites derramadas
em luares, mais me faço certa
à extinta luz desta caverna.

a lua se me move em linhas retas;
o céu despenca em arcos paralelos
sobre mim, com seus cometas.
e as estrelas... ah! como dizê-las?

esses rútilos e efêmeros planetas
que me escapam entre os dedos...
pois há sóis de mais lá fora,
e, aqui dentro, os há de menos.


¹ do latim, quem escreve lê duas vezes. [d'o meio do avesso, p. 14]

terça-feira, 22 de maio de 2012

Era meu esse rosto - Tiburi, Marcia (2012)


Era meu esse rosto é uma viagem [não só aquela que compete ao leitor], um percurso, uma travessia: o título, com o verbo no pretérito imperfeito, já remete a um deslocamento; a um fato não encerrado.
A trama é desenvolvida por digressões do personagem-narrador, e a relevante presença de parênteses [nos quais deveriam estar] delimitam, em vez disso, o suposto presente.
Ouso pensar que este romance possui relações com outros de Marcia [possivelmente, um seu estilo, já bem instaurado], tais quais Magnólia [a personagem diante de gavetas], A Mulher de Costas [aquela que busca o próprio rosto] e mesmo O Manto [o recolhimento de histórias]. Enquanto lia, também lembrei de Leite derramado, de Chico Buarque, cujo personagem revive a vida entre emaranhados de memórias.
Os textos de Marcia sempre me reportaram à Clarice, e este, ao Água viva e sua intangibilidade do agora. Elementos como família, mortes, fotografias, infância [re]constroem a herança de um passado; compõem um tempo psicológico num retratar [!] de lembranças.
O avô é uma das figuras mais representativas, talvez pelo caráter ancião masculino, com o qual o narrador melhor se identificava e ia aprendendo, enquanto menino que desconhecia questões sobre a vida [e, principalmente, a morte]. A recorrência da expressão "nonno, espera" sugere uma busca ininterrupta desse personagem pela [sua] história, que, tantas vezes, se perde em fotografias mnemônicas...
A escrita tiburiana é linda: em cada linha, uma descoberta, uma metáfora, um mergulho profundo. Suas palavras, até nas informações mais singelas - como um notável trocadilho entre Caxias do Sul e caixa azul [p. 94] - denotam "seu domínio sobre o mundo", este a que chamamos literário.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

de posse-e-dom

passeios em pro
fundos
mares - nossos -
podem surpreender
com inusitada transparência:
coisas já há muito
naufragadas e esquecidas
mostram nexo
e função
em meio à [con]fusão
de águas, algas...
como foto-grafia revelada
de si para si
- insight a invadir o escuro
d’alma...

terça-feira, 15 de maio de 2012

Respostas




Eu quero que o nosso caso seja sustentado por mais coisas que só o amor. [É humano não se contentar com o que tem.]
Sei que respeito, companheirismo, sexo gostoso contam. Mas objetivos similares entre duas pessoas distintas tb.
Sim, já admiti a possibilidade de dizer 'sim' ao pedido de casamento; ter, quem sabe, filho; até a loucura de morar junto!
E é por isso mesmo que penso, penso e penso nos dias "chameguentos", mas tb nos dias de "eu não existo para vc, nem vc para mim. e não me liga!".
Gosto de ter vc. Agradeço por ter vc. Por lidar com minhas TPMs, melancolias, choros, chatices etc.
Gosto de ter seu calor na cama, mesmo com o pouco espaço que me cabe.
Gosto de te ver caindo, literalmente, no sono [aquela sacudidela de quem sonha que está despencando].
Gosto de fazer sua barba, mesmo vc reclamando a cada fio que puxo sem querer.
Até tô aprendendo a gostar dos cravos nas costas. [Espremer não!]
Não gosto que reclame de algumas das minhas roupas, mas entendo. Eu poderia reclamar de todas as suas; entenda tb.
Não gosto do fato de vc justificar as faltas com "eu faço tal coisa coisa por vc". [Sendo que não faz aquilo que, profundamente, te peço...]. Faça por si!  
Me irrito com vc sempre pedindo para deitar no meu colo. Pedindo tudo.
Odeio e me sinto mal pelo fato de, ultimamente, lembrar e depois me esquecer, não comentando, dos nossos aniversários. Será acomodação? Sou horrível mesmo... Mas não são nossos todos os dias?!
Observo suas gentilezas e sei da obrigação, ou melhor, retribuição pelas mesmas. Mas isto tem de ser voluntário. [Ressaltando: não peça! Nem espere o mesmo que fez. Outras coisas tb podem equivaler; mesmo que sejam menores ou até maiores].
Também nos quero longo tempo juntos.
Me ajude? Tenho certeza de que preciso muito mais do que vc.
Te amo. E declaro, sim. E não deixemos de acrescer razões a isso. E que vc não desista de mim, nem eu, de vc.
E eu não ligo picas para os tabus, maus olhares e os "não-me-toques" alheios sobre tudo isso.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

"O meio do avesso"


Não creio que seja a pessoa mais indicada para falar de minha própria... 'obra': meu grau de egolatria é muito baixo para isso. Mas o nível de alegria é alto e a propaganda se faz necessária!

Ia fazer uma ligeira propaganda também da editora e tal, mas estou meio revoltada: minha capa não saiu bem o que eu esperava [meio escura e com imagem mal editada], todavia vamos ao conteúdo - que interessa.

Depois de mais 4 anos sonhando e organizando um espaço [além blog e caderninhos] onde eu pudesse deixar registrados os devaneios-desabafos-desastres... enfim, venho anunciar o 'lançamento' d'o meio do avesso, meu primogênito livrinho de poesias.

Para quem já sabia dele, a espera acabou; para quem 'tá sabendo agora, eis um pouquinho: 

"Foi de tanto ler poesia que Rafaela Figueiredo ficou assim: essa inteligência intensa pintada com lírico deboche. Um tanto de juventude e aquela coragem de publicar livro de poesia num mundo que conta apenas o peso morto do dinheiro; um tanto de maturidade e a liberdade de rimar o cotidiano com as dores de "minh’alma sombria” – que ora aparece também como “minh’alma desnatada”  , eis a pessoa poética que é, no espírito desta letra que ora se apresenta aos leitores. (...)"  

[Trecho da orelha que, com muita gentileza, a linda da Marcia Tiburi me deu!]

Bem, meu avesso traz, pois, destas coisas, que, muitas vezes, só o silêncio escuro [do meio, do in] pode dizer. Mas traz também cores, dos dias mais leves, e amores, não só de rima com dores.

Poesia não sustenta a vida, mas alimenta uma alma. Por isso, o preço 'tá bacana; não seja mão-de-vaca, hein?! [hahaha]

Maiores informações: omeiodoavesso@gmail.com 


quinta-feira, 3 de maio de 2012

simbolista



em meu peito ecoam mil e um rumores
— mordazes, doces; frescos, miasmáticos —
como chuva, a carregar os dissabores
resolutos de frustrados sóis sabáticos;

vastos, como as noites invernosas,
em que todos os murmúrios são(-me)
incensos orvalhados sobre as rosas
de jardins particulares em fusão.

é quando o extremo tédio de meus dias
faz do mundo o mudo esboço
de fluidos e ermos sonhos e agonias...

e é tal como se agarrassem-me o pescoço
as garras assassinas da poesia
com os devidos versos num endosso.



terça-feira, 24 de abril de 2012

canto mudo



há canto
no tanto
de encanto
e espanto
com que canto
meu pranto?

se tanto
do espanto [encanto]
é o encanto [espanto]
do pranto
que, em um canto,
[su]planto.

domingo, 15 de abril de 2012

es[c[alar]


e se o amor
e a música
no peito se
calarem?

- a vida...
um nada
a se escalar.

razoo
somente
uma medida:
O
[S]
A
L
T
A
R!

*porque, ultimamente, estou [pseudo]sacrossanta.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

[d]o remir faz-se [o] lá, si[m]

sonhei que me desciam
de celestiais escadas
fartas, pálidas
as nuvens
e, me tomando em seus etéreos braços,
na aurora cálida
dançou comigo o canto
ímpio
dos mortais.

ao sol poente
falamos sobre a vida
a morte
e mais
[e fiquei louca!].
hoje repousam sob mim
fartas e pálidas
as nuvens
onde me encontro - pura -
santificada embriagada por teus graais...



*falando em batismo, renascimento e tal... boa páscoa!

terça-feira, 27 de março de 2012

aleijada emocional


quando nasci,
primeiro tapa
que eu levei
foi bem na cara.
dera-mo
a vida!

o resultado:
gauche de berço;
sensível a toda dor;
...
- precariamente evoluída.

quarta-feira, 21 de março de 2012

[a]mar



mergulhei raso
para te encontrar;
foi-me negado
o náufrago.

não sabia;
agora sei:
é natural da água
deslocar[-se] à profundidade.



"mas amar é profundo
e nele sempre cabem, de vez,
todos os verbos do mundo..."
[z. duncan; m. jeneci]

segunda-feira, 5 de março de 2012

mais uma versão de para [quase] todas as coisas


para dias brancos, aquarela;
para escrever, caça-palavras;
para se perder, fechar os olhos;
para se encontrar, também;
para dormir, tv ligada;
para acordar, chuveiro;
para beber, moderação;
para se vestir, também;
para divertir-se, porém, não;
para engarrafamentos, malabaristas;
para silêncio, atenção;
para mau-caráter, pena;
para mau humor, um balde d'água fria;
para janelas, paisagens;
para arriscar, coragem;
para aeroporto, chão;
para beija-flor, fotografia;
para casamento, advogado;
para o verão, brisa;
para se viver, aleg[o]rias;
e, para morrer, é qualquer dia.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

hesito o êxito


não meço:
começo.
conheço
o começo!
mas nunca
sei do meio;
se receio
é, pois,
pelo depois
do verso
cósmico
[ou cômico]
do caos
que cai
em mim
e fim.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

quintessencial


sob a luz das forças planetárias
justifica-se o espaço [in]finito
de meu pensamento
- que não ocupa espaço algum.

o poema - a palavra - se acalenta como f[l]or
[de lis ou luz]
na Terra que conspira,
indispensável, a seu favor.

o Universo sentencia o corpo
em meio a cor-ação e mente;
a lei cósmica dos sensos
angaria o [meu] mundo [ou vice-versa]...

e pouco importa qualquer fato,
salvo as fronteiras da existência
rolando os dados do acaso
à [ex]comunhão da quintessência.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

mu[n]do[s]


quem ouve o ronco da barriga
da criança
supersubnutrida?

quem vê a nuvem
[se ninguém ouve]
da vida que se vaporiza?

de que plano
que esfera
os sentidos se alimentam?

: a fome
só morre
quando mata.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

noite sem poesia


o relógio tamborila
os dedos dentro do tédio escuro;
as estrelas marcam anos-luz
por trás das nuvens;
a vida penumbra
a azáfama dos pirilampos;
a palavra é nau que ancora
no mistério do [uni]verso.

e o poeta ouve,
sente,
enxerga...
e nada.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

guache de gauche



na parede imatura

não faz sombra a árvore:

pedala na moldura.

e um paradoxo sustenta

a semelhança na pintura.







*das minhas experiências coloridas na parede do quarto.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Autoprescrição




Escrevo para passar o tempo.
Escrevo para amenizar a dor
— E, ora, escrevo para criá-la! —
Geralmente, leio
Para transcrever a dor
Que não passa com o tempo...
E contamino-me
De letras e palavras sãs
Que proferir não consigo.
E aí escrevo —
Mesmo com sentido adoecido.


As bulas de remédios
São meus trava-línguas preferidos!
[Sulfimpirazona, Isoniazida,
Barbiturato, Aminoglutetimida]
Não mantenho longe da criança
Que carrego comigo
Esses passa-tempos
Contra-indicativos!
Trato-me, pois, com isso
Mas não sei se o medicamento
Ou se seus meros signos
É que me são efetivos...

domingo, 1 de janeiro de 2012

DEZ objetivos para o Novo Ano... e outros!




1. Dizer menos ‘eu te amo’ e demonstrar mais;

2. Não vender o Tempo; negociá-lo;

3. Parar de reclamar da saúde e cuidar dela;

4. Falar menos da vida alheia;

5. Abandonar os paradigmas [de moda, religião, pseudopensamento etc];

6. Transmitir boas energias;

7. Conhecer mais;

8. Partir espelhos [egos];

9. Reciclar;

10. Reciclar-se.



[Sim, são “dicas” para você aí, que me fez suportar todo o seu oposto cometido neste ano que terminou.]

Latcho Drom! ;)