terça-feira, 26 de abril de 2016

Game of Thrones, Renato Russo e o Brasil


O que o Brasil, aquela música do Renato Russo e Game of Thrones têm em comum? Não é só o inverno que nunca chega. E para quem está se perguntando o que o Renato tem a ver com a história, não se trata tampouco daquela canção "mas é claro que o sol vai voltar amanhã...". Então, calma, a gente chega lá. 

Em uma terra distante, chamada Westeros, e na América do Sul, numa terra chamada Brasil, a batalha dos (muitos) reinos se prolonga. Se Stannis Baratheon – com sua frieza e a extrema crueldade de quem lança a própria filha a uma pira – tem por semelhança Eduardo Cunha (fazendo o mesmo com a Presidente e com o povo daqui), mas foi à derrota pela espada de Brienne de Tarth, é obrigatório seguirmos com a esperança de que a nossa Brienne – Juiz Moro? – ainda faça o mesmo. 

É aos domingos que as famílias se reúnem, é aos domingos que se costuma ir ao circo, foi no penúltimo domingo que nem precisamos pagar ingresso (porque já pagamos constantemente a conta) que aquela horda de Filhos da... Harpia entrou na arena, e os jogos de intriga deram no que deram. E agora? A Presidente Dilma – tal qual Rainha Cersei (mas que também possui um tanto de Jon Snow no curriculum) – perde temporariamente o trono (de ferro)? Porque já segue sob xingamentos e cusparadas (opa, o cuspe não foi bem para ela, mas vai lá).

Resumo da ópera: somos todos Tyrion Lannister (exceto pela riqueza): marginalizados, apequenados (pela barbaridade civil), deformados (pela batalha da sobrevivência), mas sem abrir mão de boas doses (não de chopp, mas) de vinho, para encarar essa bagaça. Porque essa história de várias versões, em que nem tudo é ficção e nem tudo é verdade, e em que tantas vezes é difícil distinguir uma da outra, infelizmente nem toda está ou estará nos livros, mas o Norte se lembrará... o Sul, o Sudeste, o Centro-Oeste e o Nordeste também. 

Quiçá nossa Danaerys Targaryen esteja bem perto, porque já não há São Jorge ou fé que deem conta da situação. E que, com muita resistência, com a espada nas mãos e a canção de Renato, cantada como um hino – tão mais pertinente nestes “dias desleais” –, sigamos, pois; e os maus que se cuidem e atentem ao “sopro do dragão”.