domingo, 31 de janeiro de 2010

SP: Arte, (f)atos e retratos ou O que olhos VEEM o coração SENTE


Tenho a ligeira impressão de que isto aqui me custará muitas linhas. Mas, ao final, certamente, levarei à peneira do bom senso; poupando àqueles que vierem compartilhar [o que não deveria ir além de um diário...].

Falar de viagens não é fácil [é fato], ainda que de curtinhas. Todavia [é] preciso destacar alguns acontecimentos impagáveis _daqueles que só acontecem comigo.

[...]

Na sexta-feira [29/01], bem, acordei com a estranha sensação de que o dia não seria muito bom. Com manhã e tarde chuvosas [para variar!], havia que se fazer algo para mudar o quadro [sobretudo no que tange a lançar-me à rua, sob meu guarda-chuva hipermegacarioca – com imagens de Cristo, Lapa e tal – à procura de... À procura de! OBS: eu ODEIO guarda-chuva!]. Vaguei milhômetros daquela cidade que nos engole [em todos os sentidos e sentimentos]... Eu via, via e sentia _pura vertigem.

Liberdade

Achei uma agência dos Correios; postei coisas a queridos; passeei [pacas!] de metrô – intrinsecamente macabéa ou vice-versa – vislumbrei a Paulista; almocei num Fast; visitei o Masp; lá, contemplei Chagall [“O mundo mágico”] e suas litografias, entre outros; saí... e a estranha sensação ali: semi-dormente. Voltei pro hostel. Meu amigo ligou-me para confirmar nosso encontro; eu prontinha, OK! A caminho, mandou-me um SMS desmarcando, simplesmente... [Pois é, como bem me escrevera: NÃO VOU PERDOÁ-LO!] E, já que estava na chuva [literalmente], por que não me molhar? Parti pra Paulista novamente – precisava rever aquelas luzes todas à noite! Avistei a Megastore da Fnac – brilho nos olhos! – dei uma passadinha básica; fui a um shopping em seguida; resolvi ir ao cinema.


Av. Paulista

Eram 19h30, mas só tinha sessão para as 21h20. Uma certeza: DORMIR no meio do filme! [Adendo: VINTE reais a p... da entrada!!! A bonita lá da bilheteria não me deixou pagar ½. Beleza! Tava tudo ótimo mesmo!]

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Poltrona H-09. Confortável com meus botões... Entra uma mulher de meia-idade, muito bem vestida; senta ao meu lado, e não-sei-por-que-cargas-d’água! [ou diacho de perfume bom o dela!], penso eu, pueril: “quando crescer, quero ser assim!” Cinco minutos mais tarde... estilhaços e mais estilhaços de sonho partido pelo chão: a caixinha de Mentos devorada a boc’aberta e ruminâncias _bem do meu lado!, só para lembrar! E, para a chave de ouro, ao cabo das balas [e nenhumazinha perdida!], sem cerimônias, a caixinha atirada ao chão. [Nem um emoticon representar-me-ia a expressão naquele instante!!!]

Simplesmente, iniciei um ataque de riso [silenciosamente contido, claro], mas um ataque de riso, a La Demócrito... Felizmente, consegui concentrar-me no filme e, aí, até chorei... Sim. [By the way: era a estreia de “Invictus”]. Surpresa pós-sessão: mantive-me plenamente acordada! Mas, é claro, não só por mérito de Morgan Freeman ou do Rugby de Matt Damon – musculosamente apresentável – né? E a sensação, lá, cafeinadamente acordada, junto comigo!


Av. Paulista

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Meia-noite. Volto andando, da estação Vl. Madalena até o hostel, que não fica muito longe, mas exigiu-me todas as vezes em que o fiz a máxima atenção ao mapinha, satisfatoriamente, recebido da coleguinha de quarto, a xará e capixaba Rapha.

Lá chegando – louca por uma cama – tomo meu banho, apronto-me para dormir [detalhe: a festa rolando bem embaixo _é um Casa Club Hostel Bar; imagine!); eu, que não sou de festas [não das do tipo], ligo meu mp4; pego Clarice na mala [“A via crucis do corpo”]; leio um pouco... compreendo toda a estranha sensação do dia. Viro-me para o lado na cama e tenho, enfim, a melhor noite de sono dos últimos meses.

[...]

E o sábado é lindo. [Mas não cabe na história]. E o RJ continua lindo [?], todavia nada que Sampa não supere com “a dura poesia concreta de suas esquinas”, há muito, já, colada nas minhas retinas...


Metrô Estação Paraíso