domingo, 21 de dezembro de 2014

Supernova



A explosão de uma saudade
consome esse vazio
buraco negro
que a tudo torna uma só coisa…

E o destino está selado
: a estrela que se desfez
é o coração, que no meu peito, 
amanhã nasce outra vez.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014







Nesta manhã cheia de cantos,
De um lindo ninho literário
Edificado em tantos anos
Voou para longe
Nosso pássaro de Barro(s):
voa, Manoel…
Sem limite é o teu céu.


domingo, 28 de setembro de 2014

Juízo final


"Mortal e eterno o amor é uma revolta/ que arde os nossos corpos no mistério..." 
(F. Chuí)



Coração à porta do peito
Ambos arruinados
Por batidas sem perdão;
Sonhos ancorados
No escuro da ilusão.
O caos, tsunami,
Instaurado 
Catastrofismo
Em vão:
Amor é mistério de morte e ressurreição. 

sábado, 9 de agosto de 2014

narrativa do eu

meu caráter de mudança
 descontínuo
indivíduo 
tem a essência surreal
em que divido meu sujeito
entre o espaço social
e as possíveis fantasias
de meu eu
[tão problemático].


colapso:
minha identidade
incoerente, cambiante
se perde(u) em tantas vias
— validade desta vida
desbotando-se à luz
de outra
fotografia.





[na playlist: Traduzir-se.]

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Prece

Não há nome
pro Silêncio
nem um apelido
com que possa
invocá-lo;
porque eu não tenho
a palavra
então me calo
paratodoosempre [?]
na mudez
dos meus sinais...

quinta-feira, 24 de abril de 2014

sazonal [assim espero]

minha ausência não é branca
não é branda
nem me amanha; me acompanha
e me acanha.
sinto-a, ressinto-a,
lastimo-a, Carlos,
Fabrícios, Marcos;
todos, tão meus caros...




quinta-feira, 20 de março de 2014

Novos Silfos

Nessa folha de outono
in-ventado
quanto do meu passado
andei sonhando
em primaveras...


Ora em meu jardim,
as reminiscências
são raízes sobre a terra
onde outrora as dores
se verteram verdes,
hoje secas (h)eras...

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Alguma coisa


Eu, que não sou Caetano,
Sinto no meu coração
Esse pulsar indiscreto
Que nem sequer o baiano
Soube - inda que poeta -
Em sua obra-canção
Chamá-lo mais do que coisa.
Não sei, pois, se é melodia
Ou, de ti, só nostalgia.
Ponho, então, nesta loisa
O que, dentro, me agonia.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

(Poe)mar



La palavra es hecha nau en la mar
Si el marinero que la conduce - poeta
Al escribir en la arena en línea recta
A los pensamientos nuestros hace ondear

Delirios mansos que, de par en par,
De viento en popa, un viajar encetan;
De gota en gota, la inmensidad completan
Pero su misterio es un reverberar

En las curvas del hemisferio en que
El horizonte, inalcanzable, cae.
Y las aguas verdes vistas, pues, de aquí

Son cual vestido moviéndose al viento
Que la poesía bulliciosa va
Tejiendo a la faena en su movimiento.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

[ped]alar

pé de alar
— pedal 
de ar...

desprendo-me
transgrido a gravidade
cruzo nuvens
deixo-me ir
ao vento
reinvento-me;

para me livrar
da vida
[tão terrena]
assim
me movimento;

soltando as mãos
abrindo os braços,
porque meu equilíbrio...
jamais dos pés!
se não puder
voar.