quarta-feira, 25 de julho de 2012

vaga escavação ou paranoia

a vida é um buraco
que cavamos
numa eterna busca.

queremos muito;
temos tão pouco
e somos nada.

ninguém sabe ao certo
o que querer:
o tal desejo, porém,
é bem maior
que o de saber!

eu também sei que nada sei.
e, a cada dia,
cavo meu buraco
[nesta vida]
de agonia
tão profunda.
e deito-me toda
por nada ser...

segunda-feira, 16 de julho de 2012

chhhhhhhiste


nenhum níquel
combustível baixo...
nível zero
na escala do poema.
hoje, na cidade,
sol não despe seu pijama:
chuva corta
a tumidez dessa segunda-feira;
tempo escorre,
a fundir vidros de janelas;
a parede fria
umedece as cores quentes
das cortinas;
pensamento espia,
atento aos sentidos...
e, nas esquinas,
sapatos cantarolam
em co[u]ro
pela poesia que se empoça
- e me fia.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

criptografia das águas

como sonhos,
que precisam de renovo,
para manterem-se sonhados,
que ondas, vez ou outra,
nos diluam os castelos:
toda mudança leva algo
mas também vem trazer -
mensagens na areia...