quarta-feira, 20 de maio de 2009

O Haiti é mesmo aqui!


Parafraseando Caetano, porém, ouvindo Chico (sua canção “Subúrbio”) foi que pensei: e eu aqui reclamando por não ter dinheiro para ir ao show do Alceu! =/

Lia sobre tecnologias num jornal, quando me dei com o título Fome no Haiti, cujo texto, acompanhado da imagem acima, principia com a pergunta “Você já pensou em comer lama?”. Pois é... certamente não. Mas há, no referido país, milhões de pessoas fazendo isso, devido à fome.

Sabemos bem que esse é só um dos problemas que assolam aquele país (e, em se tratando deles, nem é preciso ir tão longe!), além de toda história conturbada que percorre tais terras (de que agora se alimentam aquelas pessoas!); todas as crises políticas, econômicas etc. Um lugar com sei lá quantos milhões de habitantes não é tão invisível assim! Tanto que as “boas terras” existentes já foram aproveitadas por outros Países-Estados (inclusive pelo Brasilzinho) em virtude de suas razões capitalistas muito mais urgentes, claro!

O fato é que não quero cá falar do que não tenho pleno conhecimento, nem tentar compreender a capacidade do ser humano de virar as costas pra isso tudo – porque fechar os olhos está muito aquém desse desprezo. Afinal, a política (de um modo geral) já está deveras saciada com a fome, a ignorância, o alheamento dos cidadãos mesmo, né? – mas queria tentar – se é que possível – imaginar de onde surgira (além do desespero) a idéia dessas pessoas em se alimentar de lama...

Lembro de minha saudosa avó contando que, pequena, quando havia (!) alguma carne nas refeições, e ela deixava no canto do prato para comer por último, antes que pudesse se deliciar, sua mãe ou padrasto metia o garfo e lhe comia a carne guardada pro final. Segundo eles: “para aprender que se deve comer tudo junto; sem frescuras”.

Hoje, até receio dizer que sinto fome.

Não sei, não. Mudei de assunto e nem notei. Tudo parece demais para mim. E aquilo era “só” uma “paginazinha” de jornal... E será que um dia [o mundo] acaba?


[Adendo: Talvez, pareça repetitiva, visto que num dos ‘posts’ anteriores, também me referi a ela: a fome. No entanto, com a máscara da piedade já arrancada, uma lágrima escapou... e não queria apenas secá-la, mas confessá-la.]