segunda-feira, 22 de abril de 2013

Pormenor



Quando eu velha for,
Os meus versos de dor
Não caberão à realidade
De mi'a curta mocidade

E as muitas páginas vazias
De mi'as remotas alegrias
Serão, no silêncio adormecido,
Sonhos que não foram lidos...

E esse meu estranho jeito
Ensinar-me-á ao peito
Que a saudade, sim, é triste

E que ela hoje não me existe;
Lá, eu sentirei - quieta -
Da que não que havia, mas me fez poeta.


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Brasil




Tanta seca para pouca chuva  
Tanta vaca para pouco mato 
Tanto pé para pouca uva 
Tanta rã para pouco sapo 
Tanto frio para pouco casaco 
Tanta gente para pouco espaço 
Tanto chão para pouco vassalo 
Tanto reino para pouco palhaço 
Tanta boca para pouco prato 
Tanta merda para pouco vaso 
Tanto drama para pouco caso 
Tanto azo pro porco Estado!