segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

hesito o êxito


não meço:
começo.
conheço
o começo!
mas nunca
sei do meio;
se receio
é, pois,
pelo depois
do verso
cósmico
[ou cômico]
do caos
que cai
em mim
e fim.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

quintessencial


sob a luz das forças planetárias
justifica-se o espaço [in]finito
de meu pensamento
- que não ocupa espaço algum.

o poema - a palavra - se acalenta como f[l]or
[de lis ou luz]
na Terra que conspira,
indispensável, a seu favor.

o Universo sentencia o corpo
em meio a cor-ação e mente;
a lei cósmica dos sensos
angaria o [meu] mundo [ou vice-versa]...

e pouco importa qualquer fato,
salvo as fronteiras da existência
rolando os dados do acaso
à [ex]comunhão da quintessência.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

mu[n]do[s]


quem ouve o ronco da barriga
da criança
supersubnutrida?

quem vê a nuvem
[se ninguém ouve]
da vida que se vaporiza?

de que plano
que esfera
os sentidos se alimentam?

: a fome
só morre
quando mata.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

noite sem poesia


o relógio tamborila
os dedos dentro do tédio escuro;
as estrelas marcam anos-luz
por trás das nuvens;
a vida penumbra
a azáfama dos pirilampos;
a palavra é nau que ancora
no mistério do [uni]verso.

e o poeta ouve,
sente,
enxerga...
e nada.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

guache de gauche



na parede imatura

não faz sombra a árvore:

pedala na moldura.

e um paradoxo sustenta

a semelhança na pintura.







*das minhas experiências coloridas na parede do quarto.