segunda-feira, 19 de outubro de 2009

_ _CO_ _LETA





Se não fosse a boca
[Da palavra, a sede]


Se não fosse o ócio
[Balouçando à rede]


Se não fosse a tinta
[Na tela ou parede]


Se não do amarelo
[Derivasse o verde]


Se não redondilha
[De cinco, mas sete]


Se não fosse a rima
[Colhida na Net]


A alcunha poética
Era: COMPLETE!


*d'"O Meio do Avesso" - no prelo... só torcer!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Pedráfrase



A Drummond de Andrade

no meio do caminho
havia uma pedra
uma pedra
no meio do caminho.
deus, havia uma pedra
bem no meio do meu caminho!
a pedra, meu deus,
a pedra
era o eu meu
sozinho,
sozinho...


*de aniversário - antecipado.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Pululando. . .

[Porque hoje está chovendo e água é meu habitat psíquico - embora eu odeie este tempo!]


Eu queria um texto em prosa,
Mas fugi pros versos livres
Onde nada é proibido:
Se faltar-lhe o meio ou fim
Será meramente um nível a explorar-se
– De semântica ou de mim!...
Eis então
O quê, de fato, ‘inda nem sei!
Sei que sinto esta vontade
Que é maior que qualquer força
E vou deixando as mãos inábeis,
Epiléticas e moucas,
A dizer tudo o que a mente
Verbaliza em ideias poucas.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

[Voltando ou Ainda] No Rol da Música!



Tenho um amigo amado, companheiro de carreira de letrandos [e loucos], musicista, o Wallace, que há pouco tempo me propôs: Rafa, que tal você fazer uma letra e eu musicar? Pensei: isso deve ser muito difícil! Mas... eu respiro música, cultivo escrever... Uai, vamos tentar!

Fomos bem objetivos. Ele veio com a ideia da canção; eu criaria sobre ela o “desenrolar da história”, que falaria acerca de [usando as palavras dele] “fazer as coisas certas / agir corretamente, em relação a um relacionamento (de amizade ou amoroso)” etc. No meio disso, surgira algo relacionado a tomar café da manhã (?) – que não me lembro de que lado partiu, se dele ou se do meu; acho que dele! – que seria, então, realizado por um casal de amantes depois de passar a noite juntos _ponto.

Daí veio, para mim, por email assuntado ‘SONG’, a provável melodia. Um detalhe viria, também, mais tarde: sendo ele da área de Inglês e eu, de Literatura, preferiria ele a canção naquele idioma [no qual ele costuma fazer suas canções] e eu, na língua materna. [Ó, cruel destino!] Acordamos, pois: parte em portuga; parte no english, que fomos alterando de acordo com ritmo e afins...

Eis o resultado da despretensiosa brincadeira, que foi uma surpresa [boa] para mim – porque, apesar de ela não ser do estilo de música que costumo ouvir [é uma ‘baladinha americana’], curti bastante – e é algo que eu gostaria de fazer mais vezes e de variadas formas.

Segue letra¹, cujo nome foi mudando, mudando... Até chegar a “De verdade”:


Gonna make it right >>>>>> De Verdade

Ei! vamos lá!
Trilhar, co'os gestos,
Os passos destas horas
Esqueça o tempo
E tudo que não nos compõe de verdade
De verdade...
Hey! Let's go!
To tread with gestures

The footprints of these hours
Forget about the time
And everything that in fact
Isn’t on us...

Ponteiros compassam
Enquanto se cruzam nossos corpos
Pela madrugada escura
Ao preâmbulo da aurora
(In the beat of the pointers
While crossing our bodies
From after dark
‘Till come in the dawn

E se depois (de tudo)
Não formos mais
Quem fomos no passado
Limpemos os (nossos) rastros
Co’as páginas manchadas
Do tempo que foi (vivemos)...
And if after whole thing
We won’t be who we were
We cleaning ours traces

Using the dirty pages
Of time that is gone

E, enfim, que as rasguemos
Rompendo a harmonia
Do branco dos (meus) sonhos
Com o negro do café
(Que, juntos, derramamos...)
And, finally, we rip them
Breaking all that harmony

Of white of my dreams

With the black caffeé
That we'd spill together...)

Clique aqui para ouvir!

¹A letra completa só se dá na parte escrita, uma vez que, cantada, ficaria muito extensa.