sábado, 14 de novembro de 2015

Fishman, uma obra-prima




"- Quando foi? - O quê? - Que você deixou de ser... a minha mãe? - Eu ainda sou. Ou não sou? - A minha mãe? - É. - É? - Eu não sei! - Não sei!  - Nem eu! - Nem eu..."

Um barco. Espécie de aquário... Do pensamento ou do tempo (há diferença?). Espécie de bolsa... Amniótica? Um lugar, afinal, em que dimensões diversas se entrecruzam. Dois homens. Homens? Peixes? Seres. Matérias espirituais (com toda a contradição que isso constitui). Presenças e ausências coexistentes. Diálogos e incomunicabilidade. Intangibilidade e contatos (de vários graus). 
O(s) universo(s) de Fishman: consagração daquilo a que chamamos Arte. Arte, porque ainda não criaram um nome - e eu não ousaria - para a maestria de uma mescla de gestos, expressões e verbos, como versos de uma poesia inefável.
Quem dera eu pudesse, pois, dizer ou escrever sobre a realidade (seria mesmo?) vivida naquela sala de teatro...