quinta-feira, 3 de maio de 2012

simbolista



em meu peito ecoam mil e um rumores
— mordazes, doces; frescos, miasmáticos —
como chuva, a carregar os dissabores
resolutos de frustrados sóis sabáticos;

vastos, como as noites invernosas,
em que todos os murmúrios são(-me)
incensos orvalhados sobre as rosas
de jardins particulares em fusão.

é quando o extremo tédio de meus dias
faz do mundo o mudo esboço
de fluidos e ermos sonhos e agonias...

e é tal como se agarrassem-me o pescoço
as garras assassinas da poesia
com os devidos versos num endosso.



3 comentários:

Bruno de Andrade Rodrigues disse...

Uma belíssima expressão de sua veia simbolista: com tudo que tem direito, a agonia, o sonho, o desnudamento do eu. Que as "garras assassinas da poesia" possam trazer-lhe alma muito mais desses belos versos.

Beijos, querida!

É sempre bom lê-la mais e mais!

Fabrício César Franco disse...

Rafaela,

Sonetos: admiro muito quem os faz, pela dificuldade que apresentam. Sempre me espanto com o talento dos que conseguem, como você.

Beijo!

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

o Simbolismo sempre foi meu estilo literário favorito! :)

beijo, amigo

.

caro,
tb acho de um talento ímpar. mas não me insiro no rol: não me preocupo tanto com a métrica e minhas rimas nem são lá essas coisas..
obrigada pelo carinho.

beijo