terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

mu[n]do[s]


quem ouve o ronco da barriga
da criança
supersubnutrida?

quem vê a nuvem
[se ninguém ouve]
da vida que se vaporiza?

de que plano
que esfera
os sentidos se alimentam?

: a fome
só morre
quando mata.

10 comentários:

Fred Caju disse...

Do caralho! Muito forte.

Talita Prates disse...

Phoda mesmo, florinha.

(..........)

meu beijo saudoso.

Li.

Fabrício César Franco disse...

Rafaela,

Sei da necessidade de poemas veementes como o seu, senão nos comprazemos da miséria. Mas queria, sinceramente, não ter a miséria para ler.

Como escreveu Talita: phoda!

Beijo!

Mamily disse...

Ninguém quer ouvir!

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

queridos,
dói, como toda verdade...

beijosbeijos

Bruno de Andrade Rodrigues disse...

Se este poema se intitulasse "indiferença" continuaria dizendo a verdade sobre nossa miséria. Continuaria conclamando-nos a tomar consciência de que "a fome só morre quando mata" e junto dela morre uma vida que não ouvimos em nossa indiferença surda.

Um poema que ecoa fundo!
Beijos, querida!

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

como sempre, muito bem dito, querido!
o descaso ainda é o que [tb, infelizmente] nos faz humanos - embora menos...

beijos

Jéssica do Vale disse...

A verdade
dura e crua.

AquilesMarchel disse...

versos fortes menina
qq isso
adorei!!!!

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

a força, às vezes, se alimenta dos fatos derradeiros...

abraço