terça-feira, 30 de agosto de 2011

talvez

talvez o que escrever
revele-se bonito e não
mais uma folha morta;

talvez queira dizer
que as árvores são muito mais
que plantas: são dádivas;

talvez já saibam disso
e eu tenha, assim, gastado
uma dadivosa vida;

talvez, no entanto,
eu nem quisesse escrever,
dizer ou [ter de] viver...

- talvez perder a vida
não seja assim tão triste
quanto pensá-la perdida.

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2 comentários:

Bruno de Andrade Rodrigues disse...

Toda experiência de pensamento reflexivo tem um propósito elementar: despertarmo-nos do conformismo, da ilusão de que sabemos o suficiente para viver em nossas esferas de socibilidade estritas. Toda experiência de pensamento reflexivo, nesse sentido, é uma atividade válida e digna de quem pensa o valor da vida com as medidas que sua alma lhe oferece para vivê-la e pensá-la como uma grande floresta a sempre ser explorada, expecionada, desbravada. Como nos ensina Sócrates, "a vida não examinada não merece ser vivida". Certamente, árvores são uma dádiva da vida, desta vida que nos espanta e merece nossa atenção especulativa.

Beijos!

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

como toda vida é dádiva, amigo...
seguimos vivendo sem desperdiçar.

um beijo, querido!