quinta-feira, 9 de maio de 2013

Inexorável

Não há razão para o Poema:
Escrever é rabiscar
No agora
O que não cabe
No amanhã;

É observar o risco
De uma estrela cadente
Na textura celeste,
De onde despenca, a cada instante,
Uma nova hora e era.

Porque no Tempo somente,
Este profundo e inacabado Caos,
Nasce, inesperadamente, a essência
Incompreensível
Da eternidade...



6 comentários:

Unknown disse...

Do caos, a essência e o agora que cabe no rabiscar.

De um pequeno ponto, você expande.. e suas palavras acabam indo além.

Um beijo.

Fred Caju disse...

Estou assinando embaixo.

Bruno de Andrade Rodrigues disse...

Em todo texto, seja em versos, seja em prosa, há uma frase ou palavras que servem como "gatilho" para a interpretação. Algumas palavras me chamaram atenção em seu poema. São elas: "rabiscar", "risco" e "textura". Elas ativam um campo de experiência relacionado ao "escrever". Escrever, essa atividade tão complexa, para muitos, até difícil, é definida como uma atividade infantil (as crianças rabiscam). Textura tem sua origem em "texto". A estrela cadente pode ser entendida, a meu ver, como a inspiração que traça um risco no "texto celeste".
Inexorável é sinônimo de tempo, não é? E a eternidade? Uma implosão do tempo, a negação da temporalidade, ou uma palavra sem sentido? Porque afinal vivemos nos limites austeros do tempo...

Fabrício César Franco disse...

Poetisa,

Concordo, totalmente, com a mensagem do seu poema. Mas o que mais me encanta é como, fazendo valsar as palavras na superfície branca da tela (e do papel, bem sei), você reconstrói nossa percepção para as verdades poéticas dessa vida.

Beijo!

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

Lu,
gentil! Obrigada.

Bjos

.

Tamu junto, Caju!

.

Amigo,
Justo! Sabes q gosto desse tecido ou tela celeste, onde desenho ou rabisco todos os pensamentos, q - tal qual - são imensuráveis...

Beijão

.

Franco, poetíssimo,
uma honra essa minha, então, condução nas viagens da palavra.

Um beijo grato

Jéssica do Vale disse...

Inexorável Tempo.