Salvava-me a escritura.
Salvavam-me as leituras.
Salvava-me tudo
O que me [e]levasse às Palavras.
[Agora elas me quedam?]
Entanto não sei mais se [há] prosa ou verso, quando tento no abismo da existência não cair: mergulho fundo-fundo e fundo... E, neste encontro d’alma, ganho asas
Com que subvoo o mundo...
*nota para mim.
12 comentários:
Só sei que as palavras te tomam e a mim também.
E assim, há o voo que gratuitamente nos presenteia...
Lindo demais, Rafa!
Beijos!
Rafita, 'tô te sentindo fluida...
Que lindo isto!
Bjks
Mario Quintana tem um simples mas provocante poema, cujo título é "projeto do prefácio". As duas últimas estrofes são as seguintes:" Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte/ não tem sentido: é um pobre chocalhos de palavras". Também Azeredo ensina-nos que todo poema tem basicamente duas funções: incitar a sensibilidade e provocar o entendimento. Tanto em Quintana quanto em Azeredo a ideia de que um poema não pode ser lido com fins puramente estéticos está presente. O poema é um sopro lírico da alma que desestabiliza, que convulsiona, que provoca o alargamento, a transmutação de nossas percepções. Os seus poemas, especialmente este, a que remeto este comentário, têm sempre esse caráter metabolizador do espírito. O leitor, portanto, detém-se por alguns instantes, no esforço de compreender este fundo-fundo de inigualável beleza que é sua alma, alma que nos propõe um "subvôo" pelo mundo, a fim de, pelas asas que nos dão as palavras, penetrar às entranhas da existência, sem, contudo, cair em seu vazio. É na fragilidade das palavras, na sua debilidade, que ao mesmo tempo que nos eleva nos faz quedar, que podemos dar voos rasantes sobre a existência, ao invés de ficar a patinar em sua superfície absurda.
Moni,
sub ou sobrevoemos, sempre, para que o olhar saia do rés.
- eu penso que é [só] ele que nos tira [d]o chão!
beijobeijo
.
Tê,
tenho andado mesmo! ou melhor, fluído... [quase voando!] =)
beso
.
Bruno,
caramba! vc me emocionou com suas palavras – ah, palavras...
sabe: tenho um sentimento de ‘fragilidade’ ao lidar com elas. na verdade, levo-as tão intrínsecas, que por isso, às vezes, o silêncio é tudo o que posso oferecer [ao mundo]: como se doesse-me dizer.
em geral, pois, ao falar das Palavras – metadizendo-as –, é porque, justamente, não sei fazê-lo; quando falo do silêncio, sim, transcrevo-o, porque o invento na contradição...
eu acho mesmo é que só digo/silencio aquilo que eu não posso/quero ouvir.
então eu descobri, acredito: as Palavras, estas, sim, sozinhas, transcrevem-se-me.
e assim me salvo – e não elas a mim! =)
obrigada, mais uma vez, pela gentileza da leitura-olhar!
beijo
Que bom saber que meus comentários contribuem para estabelecer entre nós, a despeito da distância, uma cumplicidade emocional. O fato é que somente aqueles que tiverem essa relação de fragilidade com as palavras poderá apreender a solidez e densidade lírica de que as suas palavras se revestem!
Beijos!
sim, Bruno: isto que sustenta os elos cósmico-virtuais que estabelecemos por aqui/aí...! =)
beso
Rafa!
Que comentário magnífico feito pelo Bruno!
É isso aí, garota!
Até sem palavras, diz muito.
Você é 10.000!!!
Bj!
Wll
é de uma lindeza essa pessoa, né?!
e vc também, amigo!
beijão
(L)
dá esse poema
pra mim?
hein?
(... o que digo?!)
AMO*
Li.
é seu-nosso! :)
beijo, florinha!
AMO
Rafa,
Subvoa, ehhhhh?!
EUA-XO que vc só se tornou mais crítica...
Um beijo.
não sei, amigo...
me sinto tão no 'automático' ultimamente. =/
entende?
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