sábado, 12 de dezembro de 2009

Linha de Sombra

“(...) Luz e sombra são instrumentos recorrentes no trabalho da artista, que os enfatiza como eixo de sua reflexão poética. Regina Silveira (Porto Alegre, 1939), que já realizou mais de sessenta exposições individuais no Brasil e no exterior, está em busca de novas formas de operar a luz como revestimento incorpóreo, capaz de transformar a percepção e a experiência de grandes espaços de forte presença arquitetônica (...), contribuindo para uma aproximação entre sociedade e bens culturais.”

Tomo o trecho acima para apresentar, de forma sintética, o que eu não poderia. Haja vista minha própria e homérica ignorância (mas que se enobrece por – tentar – fugir das “sombras” de si mesma _?) acerca do trabalho da referida artista (pintora, gravadora e professora _só?), cuja exposição fui visitar 2 vezes nesta semana.

Bem, sei eu _e todos aqui_ que não sou crítica _nem pretendo ser!_ portanto, deixo clara a intenção do pensamento (que já se vai iniciar, juro): o de que a exposição (em cartaz até 3 de janeiro, no CCBBrj) traz em si o que está, não só pr’além da luz, mas pr’além de cada um e cada coisa.



Regina Silveira lança à vista dos ‘transeuntes’ a sensação de que a Sombra _compacta; impenetrável_ é, pelo contrário, tangenciada por ela mesma e por outras sombras. (Ok, caí no limbo de minha própria ‘deslucidez’ diante do que vi!). Redizendo... A artista propõe um prolongamento das ‘coisas’ vistas; sem permitir, no entanto, que estas coisas se apresentem como elas mesmas (?). SAPeando: Isto é: a Sombra, que é “uma ausência parcial de claridade provocada por um corpo iluminado” (Alejandro Martín e José Roca – curadores), ganha ‘vida própria’; um novo corpo a partir do qual se estende, porque é apresentada, algumas vezes, a partir de um que não existe (ao menos, concretamente).


Regina nos conduz a uma apreensão de realidade que, na verdade, não se encontra nela mesma. A artista revela o que há “por trás das sombras” (o que seria o corpo) como aquilo que se nos apresenta de forma tão sutil e/ou subjetiva, que nem mesmo a claridade da luz nos poderia revelar.









Enfim, a exposição é um convite à “multidimensionalidade” da imagem (e de nós mesmos); numa proposta _a meu ver_ de reflexão sobre o mundo e mais aquilo que não supõe a nossa vã filosofia. E o post, aqui apresentado, é uma sugestão aos que quiserem/puderem ir averiguar e, por si sós, sentir o que melhor lhes convier.

12 comentários:

Tê disse...

Aaai, eu quero ver!!

sopro, vento, ventania disse...

querida, estou sendo abduzida pela vida em família (literal e simbolicamente). Coisas demais, para uma pessoa de menos, por isso ando relapsa nas leituras, mas depois volto aqui. um beijo.
Cynthia

Marcelo Novaes disse...

Rafaela,




Quem qualifica a própria ignorância de "homérica" já traz uma bagagem clássica como contrapeso; e, só por isso, já estaria absolvida, logo de cara. Mas vc fez um belo esforço de apresentar artes plásticas traduzida em linguagem imagética. Entendo que a Regina tenha criado um espaço plástico [instalações] onde sombras se tangenciam [e tangenciam transeuntes e seus olhares] para além dos próprios objetos que as produziriam.


Tua "deslucidez" tem uma impecabilidade tal que um dia desfaz-se em lucidez, autofagicamente...



;)






Capice?!




Beijos,







Marcelo.

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

querido, querido!
q bom ter sua opinião sobre minha visão como válida!
fico feliz e grata.

e vamos nos elucidando, pois! =)

beijobeijo

sopro, vento, ventania disse...

Rafa, lindinha, vê, tô enrolada, completamente enrolada com datas, término de datas, fim de ano, trabalhos... mas não te abandonei, não. coração tá aqui, batendo de alegria, por ter você dentro dele.
beijos,
Cynthia

Ivan disse...

Querida Renata,

Toda sorte de arte me toca. A mente do artista é simplesmente algo que mexe comigo. A capacidade de realizar todos de certa forma temos, em compensação a habilidade de conceber é fantástica. Uma inveja boa, eu sinto.

Beijinho.

Ivan.

sopro, vento, ventania disse...

então, eis que venho aqui, dizer da saudade e dos embates filosóficos que venho tendo comigo mesma e, mesmo, quase morro, mas, não, antes, moro em mim (postarei isso depois). Hoje tive ganas de tristeza e pensei: caraca, se Rafa aqui estivesse, neste ponto de ônibus, conversaríamos tanto que a lua, também, choraria.
Querida, kd post, kd post?!?
postarei isso aqui lá no solsobre, mas não hoje, hoje fica só a vontade de dizer que também sinto falta de seus posts, muita falta de ver você inscrita.
bjs.bjs.
Cynthia

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

ok, entendi q renata sou eu! ^^ hahahah

*sem problemas mesmo! eu sempre SEMPRE sou chamada de renata, roberta, gabriela... embora rafaela seja deveeeeeeras mais bonito, eu sei; entendo! hahaha

beijobeijo

e, Cy, linda... já/lá falo contigo.

Anônimo disse...

Ah, que gafe!!!! E olha que nem existem 'Renatas' em minha vida. hahaha

Desculpe-me, querida.

Beijos.

Ivan.

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

hahah
ora, imagina! ;)

ticoético disse...

HAHAHA,Renata,digo,Rafaela,foi cirúrgico esse post em termos de indicação a arte,enfim belo post.
abraço !
ps:obrigado pelavisita (:

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

hahah é um figurinha! =P

valeu! beijão