estendo na madrugada
os meus pesadelos
como lençóis de Orfeu
para construir pórticos
— horizontes [in]visíveis —
onde os buracos negros
da minha alma
não cabem no mirar...
esse mundo paralelo
que eu engendro
é compensação à ignorância
inveterada de mim mesma
sob uma irredutível realidade
cujas distorções, inevitáveis,
me impelem ânsia e medo...
no escuro, não há espelhos.
com as lentes do criar
feito sondas
captando imagens
dos desconhecidos
territórios do meu corpo
mantenho fechados os olhos:
escrever é sonhar
3 comentários:
Poetisa,
... "escrever é sonhar". O achado desta última frase atordoa com sua verdade fortíssima. Sonhemos!!!!
Beijo!!!
Queridos,
Sempre muito grata pelas suas leituras. Sonhemos!
Bjs
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