Esse é o mais recente romance de Marcia Tiburi, uma composição esplendorosa de 600 páginas (não por quantidade, obviamente), na qual Literatura, Filosofia, História e Arte se mesclam em sincronia natural, tanto como panos de fundo quanto em aspectos estéticos da própria obra. Quanto à extensão dessa, divago se não seria ela a metáfora concreta de acontecimentos narrados por um gago? Materialização de suas tão custosas expressões (que são também sentimentos) - problemática do ser e do dizer.
A priori, muitas questões já insurgem no extático mergulho em sua trama: Quem são Agnes, Irene, Ignez e tantos outros? O quê e como lhes vamos atribuindo em nossa construção imaginária, por meio das impressões que o narrador-personagem nos lega? E, por sinal, quem é esse também? Que formas, que corpos - e corpo, aliás, é uma das maiores anamorfoses que há no livro (vide a capa) - vão ganhando, senão meras intangibilidades, mais físicas do que psicológicas?
Início, meio e fim: o primeiro - dizem - toda história deve ter. A meu ver, o processo regressivo (e digressivo) da narrativa faz jus a isso e à suspensão a que me referi; além de alimentar, no leitor, um desejo de que essa história, em contrapartida, nunca termine (eu mesma não o fiz e nem sei quando e se o farei). Quiçá a fuga (não a do fim, mas a que há na trama), como na canção de Paulinho da Viola - "voltar quase sempre é partir para um outro lugar" -, seja um vice-versa, um necessário retorno, um (re)encontro, quiçá...
4 comentários:
Gosto de suas análises, mas prefiro - muito muito mais! - seus textos poéticos. Sinto saudades da poetisa!!!
Beijo!
Franco, querido!
Obrigada pela revisita e pela força à Poesia!
Bjos
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Marquitos,
Pois é... É um obstáculo enorme desapegar.
Darei uma olhada nesse espaço virtual, mto embora esteja cada vez mais resistente a eles (com preguiça, sem capacidade acompanhar tanta coisa msm rs).
Bjos
Tão bom passear por esse cantinho que vai, com sua dona, mudandoemudandoemudandoemud... AMOR!
Lindeza da minha vida!
Clovis.
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