Escrevo para passar o tempo.
Escrevo para amenizar a dor
— E, ora, escrevo para criá-la! —
Geralmente, leio
Para transcrever a dor
Que não passa com o tempo...
E contamino-me
De letras e palavras sãs
Que proferir não consigo.
E aí escrevo —
Mesmo com sentido adoecido.
As bulas de remédios
São meus trava-línguas preferidos!
[Sulfimpirazona, Isoniazida,
Barbiturato, Aminoglutetimida]
Não mantenho longe da criança
Que carrego comigo
Esses passa-tempos
Contra-indicativos!
Trato-me, pois, com isso
Mas não sei se o medicamento
Ou se seus meros signos
É que me são efetivos...
8 comentários:
Criativo e inteligente este seu poema-tranquilizante! Devo dizer que aprecio a analogia que fez entre signos e medicamentos: uns e outros podem curar nossos males como também podem provocá-los. O mesmo remédio que te alivia a dor pode causar-te malefícios; assim também as palavras, que nos amparam no desamor e na tristeza (que causam dor, quem haveria de negar?), podem nos ser um agravantes.
Mexer com palavras é tão perigoso quanto lidar com medicamentos! Mas você tem competência suficiente para isso!
Beijos, querida!
Olá, Rafa!
Feliz ano novo para vc! "ano novo... poema velho"? arara seu poemas estão cada vez melhores. bjos
Muito bom, Rafita!! Como sempre!!
Bjks
Excelente! :)
querideza!
você sempre enriquecendo meus textos...
beijão
.
D!
obrigada, querido!
beijos
.
lindeza,
saudades...
beso
.
muy grata! :)
Seus poemas são como remédio pro coração: se eu não lê-los, morro.
Wall
ô, meu amigo!
obrigada por ser tão querido sempre!
beijo
Vim por convite alheio, mas muito recomendado. Li, de uma vez só, duas, três páginas. Gostei de tudo, quis comentar em cada um, mas me contive. Aqui pareceu o melhor lugar para dizer isso, talvez pela mesma procura, mesma inquietação que eu tenho: a profunda causa de escrever, esse comichão de todas as horas. Seu domínio da rima (coisa invejável!) me fascina!
Volto mais vezes, com certeza.
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