quinta-feira, 27 de outubro de 2011

vibração


quero ouvir o meu silêncio
em tudo aquilo que foi dito.
como eco solitário
repetindo, repetindo, repetindo...

quero a agudeza interrogativa
repousada em meu colo
[eu e ela, apenas!]
no sossego grave dos sentidos.

o mundo é a palavra
habilitada para o encontro
do inferno e o paraíso.
— acho que li num livro!

ah, a história deste instante
é tão rude e não se explica.
quero ouvir no meu silêncio
a mudez da minha vida.

Um comentário:

Bruno de Andrade Rodrigues disse...

O teu silêncio torna o mundo mudo. O teu silêncio é canto que inspira, que faz a alma sossegar.Se todos se permitissem a esse silêncio que nos permite esse encontro íntimo com o eu mesmo que habita em nós, talvez fôssemos capazes de transitar melhor nesse encontro dos contrários a que a palavra-mundo está habilitada, sem desespero, sem sofreguidão, sem maiores explicações. Silêncio que não explica, que não se explica, que se basta, porque cala a vida.

Beijos carinhos!
Adorei o poema!

"Pelas palavras escorrem silêncios" (BAR)