Olhar a folha em branco é demasiadamente mais do que o clichê da busca pela inspiração ou o fato da ausência dela. A folha, ocasionalmente intocada, é a hiperatividade do pensar - a marcha ensandecida de palavras [como flashes] sobre um chão silenciado. As mãos esperam. Suam. O peito arfante, ventilando, suscita aos olhos pranto. E, de repente, nada... nada!, além daquele instante, existe. E um véu de incompreensão e insatisfação e raiva envolve o entorno... Por quês, para quês, são todo o [ir]raciocíonio lógico. E a folha se preenche, pois, de um absoluto sem-sentido. E as silhuetas da palavra - fora - já não são - nem longe - aquelas que - lá dentro - [in]stavam.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
segunda-feira, 4 de junho de 2012
bis legit qui scribit¹
quanto sóis podem caber
nas mãos de um poeta?
quantos raios poderão nascer
de uma erguida caneta?
ah, que escura delimitação me cega!
mas se há noites derramadas
em luares, mais me faço certa
à extinta luz desta caverna.
a lua se me move em linhas retas;
o céu despenca em arcos paralelos
sobre mim, com seus cometas.
e as estrelas... ah! como dizê-las?
esses rútilos e efêmeros planetas
que me escapam entre os dedos...
pois há sóis de mais lá fora,
e, aqui dentro, os há de menos.
¹ do latim, quem escreve lê duas vezes. [d'o meio do avesso, p. 14]
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