quinta-feira, 20 de agosto de 2009

À simpatissíssima Marjorie Bier!

Bem, há de se notar que meu "fluxo de produção bloguística" não é lá muito acentuado - visto pelas lacunais datas de postagens!
Isto deve-se a dois fatos: 1) não sou fã de carnaval, mas minha Preguiça é Imperatriz!; 2) muito do que escrevo é tão ruim que eu prefiro abdicar de sua 'divulgação.
No entanto, meu caráter - digamos - altruísta é tanto, que sou incapaz de negar quaisquer pedidos que outrem - por quem lhe tenha certa afeição, claro - me faça. [Mas não vá se acostumando! rs*]
So... para cultivar um pouco de bom humor e simpatia, segue um mini-conto que se originou de um diálogo entre mim e minha mãe, numa hora de almoço. Cujo título dado foi: "À mesa".




R: Humm, essa cenoura tá meio durinha, néam?

S: Tem importância não! Você não tem dente???

R: Pois sim... nem por isso: a galinha não tem e come milho!

S: O pior deve ser na hora de pôr pra fora.

R: Humpf! Mas para quem bota ovo...

S: É, milho é pinto.



*
Acredite: isso não é nem 1/10 das bobagens que falamos em hora tão "sagrada"... rs
Ora pois, o importante é ser feliz!!! :-)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

"Simplesmente Eu. Clarice Lispector"

Eu não sei por onde começar. É preciso terminar, contudo...




Bem, quem jamais sentiu Clarice não sei se poderá entender meu gesto. Quem já a sentiu... desculpe-me a má [e hiperadjetivada] composição, mas que teço com mil dedos cardíacos.

O espetáculo [referido no título], que teve sua estreia nesta quinta, no CCBB aqui do Rio, interpretado por Beth Goulart – ESPLÊNDIDA, em superlativo absoluto e muito, MUITO exclamativo – foi a maior declaração de amor à grande escritora [segundo a própria Beth] e, possivelmente, a mais bela também.

O monólogo, para quem não sabe, foi criado a partir de trechos extraídos de livros, contos, correspondências e entrevistas realizadas com Clarice, e é dirigido e adaptado [diga-se de notável passagem] pela própria atriz. Esta, além do fabuloso alcance em semelhança física com Clarice e sua extraordinária interpretação, inunda a plateia com a demonstração de uma afinadíssima voz, em uma cantoria, a certo momento da peça – que é, inclusive, muitíssimo bem musicada por inteira.

Unido à Estrela [atenção ao trocadilho!], um singelo cenário, composto de um mínimo [mas essencial] número de objetos, é o que ocupa o palco durante os sessenta minutos permeados de luzes [sombras], sons [silêncios], movimentos e trocas de figurinos impecavelmente harmonizados, num sincretismo lírico de inegável perfeição, de que Clarice – de onde estiver – orgulhar-se-á tímida e ousadamente como ela só.

Como se não bastasse a maravilha, fazem-se relevantes umas pequeninas surpresas [ou Explosões!] que há durante o espetáculo, mas que não merecem “desvéu” aqui nestas linhas que vêm, apenas, incitar os que vierem ler tal singeleza a irem ver tal preciosidade.

Ao final [que, infelizmente, havia de ter], não sei se por não ter piscado, para que não perdesse nenhuma vírgula, exclamação ou reticências nos gestos de Beth, tinha eu os olhos inundados não só de poesia; sentimentos-palavras... mas de lágrimas. Foi quando percebi mais claramente o que Clarice diz com: “A arte é um vazio que a gente entendeu.” E, afinal, para ela, entender “não é questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato”.
Só quem sente entende, pois...



*foto tirada na ilegalidade da emoção incontida! ^^
**add desenho, feito por puro amor.